Por anos eu achei q tinha alguma coisa muito errada comigo por conta dos meus altos e baixos. Tentei me consertar por um tempão procurando a fórmula mágica pra estabilidade, pra paz e felicidade constante.
Foi só agora, na fase dos 30, que eu entendi que não adianta o quanto eu tente, eu não sou estática. E mais do que isso, descobri que no meu movimento está meu poder, minha potencialidade.
É na dor que eu exercito minha força, é na confusão que eu acho minha clareza, é no caos da vida que eu encontro meu caminho.
Os momentos de amor, alegria e confiança são o outro lado da mesma moeda, são parte do mesmo espetáculo.
A natureza me ensinou muito isso. Nada nunca é igual, mas o ciclos são constantes. Existe o momento da primavera, da criatividade seguido por um verão cheio de energia, cores, luz. Logo em seguida as folhas caem e o ritmo vai desacelerando rumo ao outono, fechando escuro e nebuloso com o inverno.
E a vida vai dançando nesse movimento de luz e sombra, de céu e terra, de expansão e reclusão – fora e dentro de mim.
Então eu abandono minhas expectativas lineares de ser sempre previsível e acolho o fluir das minhas ondas, minha potencialidade cíclica e toda a infinidade de Fernandas que eu sou.
Eu te convido a fazer o mesmo, a aceitar o seu fluxo, a se abrir pro movimento contínuo e caótico da vida e perceber que você é, na verdade, muitas – todas lindas e imperfeitas, assim como a própria natureza.
