SEMPRE ACHANDO QUE ESTAVA ATRASADA…

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Quando eu decidi que queria mudar de carreira, em 2013, achei que a transição seria super rápida. Só que não.

Demorou pra eu decolar e foi só 3 anos depois que eu consegui ganhar a mesma grana que meu trabalho anterior me dava. Durante esse tempo eu vivi muito angustiada, sempre achando que estava “atrasada”.

Foi a mesma coisa quando eu mudei pra Austrália, em 2006, e comecei a batalhar pela residência. Demorou 2 anos pra eu conseguir aplicar pro visto e passei esse tempo muito estressada achando que estava demorando demais.

Em 2018, quando entrei pra um grupo de negócios, comecei a conviver com empresários muito inspiradores e, alguns, muito mais avançados do que eu. Me cobrei evoluir rápido, vivi 2 anos muito tensa e angustiada e acabei com um burn out e princípio de depressão.

Olhando pra todos esses momentos vejo que não, eu não sou lenta. Essa é uma autocrítica bem injusta e cruel, na verdade. Porque quando sinto que algo é certo pra mim eu me entrego, me jogo, sou muito corajosa.

Mas a aprendizagem tem seu tempo, os processos têm sua velocidade própria e nem sempre é possível acelerar. Por mil motivos (criação, cultura, personalidade) eu tenho lá meu jeito de ser e aprender as coisas e não, nem sempre dá pra se reinventar tão rapidinho assim.

Na verdade, as horas que eu sentia que não tava acontecendo “nada” eram os momentos de consolidação da aprendizagem, de amadurecimentos dos processos, de integração de várias etapas.

Como uma sementinha que a gente coloca lá no fundo da terra e, por semanas, fica lá escondidinha como se nada tivesse acontecendo. Mas que tá lá, se nutrindo, se transformando, se tornando – no seu tempo. Tudo o que ela precisa é de luz, água e paciência pra que, enfim, desponte com suas primeiras folhinhas.

Esse é o ritmo da natureza, da vida, da evolução.

Olhar pra tudo isso me relembra de uma sabedoria que existe em mim e que insisto em esquecer: que o crescimento é caótico, que é normal sentir que “não tá acontecendo nada” e que, com o tempo, o caminho vai se revelando.

No fim, o que preciso é de delicadeza com a minha alma, coragem pra enfrentar meus medos e força pra continuar no movimento. O resto, a vida cuida.

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