Paciência nunca foi um talento meu. A espera, respeitar o tempo das coisas, o movimento lento dos processos sempre me deixou angustiada, ansiosa, inquieta.

Eu quero tudo pra ontem, eu quero transformações imediatas, mudanças explosivas. Quero intensidade, velocidade, produtividade. Estou acostumada a ser assim, aprendi a ser desse jeito e – vai vendo a ironia do destino – esse é um processo bem complexo e lento de desaprender.

Mas quanto mais eu amadureço mais eu vou vendo que não existe a menor razão pra essa pressa, não tem porquê correr tanto, se desesperar pra chegar “lá” sendo que assim que eu chego eu já quero outra coisa.

Vou vendo que a mágica da vida não está em FAZER o máximo possível, mas em SER tudo que eu puder. E esse SER é ritmado, tem cadência e dança lentamente. E é lindo, e é poético, e é verdadeiro.

O ritmo da vida é o mesmo da natureza com suas estações, ciclos e giros. Esse é o mesmo movimento da minha energia, do meu sangue, da minha vida.

Eu sei que você também tem pressa, amiga. Eu sei porque somos filhas da mesma geração instantânea, da produtividade excessiva, da racionalização acima de qualquer coisa.

Venho aqui te desejar o mesmo que quero pra mim: que você aprenda a digerir suas emoções lentamente, que você retire de cada situação o seu melhor suco e que use cada bagaço como adubo pra que os próximos projetos cresçam com mais força e sabedoria.

Amiga, o caminho é longo, lindo e doído, mas cada pedaço vale a pena – desde que a gente aprenda a saborear cada fatia. Eu estou aprendendo e acredito que você também.

Juntas vamos caminhando e temperando uma o caminho da outra.

Com muito amor,

#fernandasaad #clubedasinquietas#programadespertar