Sopa de Alma (mantenha isso em mente quando estiver em frangalhos)
Quando a lagarta se torna uma borboleta, tem um estágio na sua metamorfose em que ela é totalmente liqüefeita. É uma “sopa nutritiva de enzimas”. Totalmente irreconhecível. Você não consegue dizer o que é, nem o que vai se tornar. Sopa.
Muitos de nós conhecemos a metáfora de Joseph Campbell do “herói entrando na parte mais escura da floresta, onde nunca ninguém entrou antes”. Mas o que costuma ser deixado de fora deste ensinamento é o seguinte: “…e o herói se move numa paisagem de formas curiosamente fluidas e ambíguas.” Mais sopa.
Vai ter uma hora, um momento em que você não sabe realmente quem você era, ou é, ou pode ser. É natural, é divino, e é a química de uma mudança bonita, incrível.
Esse momento pode acontecer em ondas grandes e dramáticas, como anos de não saber exatamente o que você quer fazer; ou temporadas de confusão que não são tão deprimentes, mas confundem o suficiente pra convidar a tristeza a entrar. Isso pode acontecer em acessos de incerteza antes de você fazer algo novo ou monumental.
Sopa de alma. Você está conseguindo. O seu passado está lá — nada é desperdiçado; e os seus desejos — todo desejo que você jamais desejou é misturado; e é impregnado com possibilidades incríveis, e eu digo incríveis mesmo.
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(Texto da Danielle LaPorte, numa tradução livre da Paula Abreu)