“A inimiga que passa desapercebida”
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A gente se compara, o tempo todo, com todo mundo. Não tem jeito. A comparação é necessária para nos situarmos no mundo, para entendermos quem somos. É como se fosse uma bússola que te indica onde você está em relação aos outros objetos.
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Eu sou morena, você é loira. Eu moro aqui, você mora lá. Eu faço as coisas assim, você faz assado.
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A comparação, em si, é neutra, um ponto de localização.
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Mas não é assim que usamos a comparação. Acaba que caímos naquela antiga armadilha do “a grama do vizinho é sempre mais verde”.
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A mente insiste em comparar o seu bastidor com o palco dos outros. Ou seja, ela pega sua realidade nua e crua e compara com a versão polida dos outros, com a vitrine que te apresentam, com as máscaras que todos usam.
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Você percebe que o que o mundo te apresenta são fragmentos, pedaços bem curados de como cada um quer se apresentar?
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Você não sabe o medo que sente aquela pessoa que você admira. Você não sabe dos desafios, dos tropeços e dos fracassos que as pessoas de “sucesso” passam ou já passaram. Você nem imagina que aquela pessoa que passa sorrindo por você está, na verdade, lidando com a depressão.
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Você não tem a história completa de ninguém a não ser a sua e por isso a comparação pode ser tão perigosa.
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Por isso lembra sempre de se comparar somente com quem você já foi. Assim você vai conseguir enxergar o quanto você já cresceu, aprendeu, amadureceu. O quanto você já arriscou, já acreditou, já venceu.
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Você está em constante evolução e mesmo que agora tudo esteja confuso você está no caminho. A vida de todo mundo tem dores, desafios, vazios.
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Abra espaço pro seu lado humano, complexo e profundo e aprenda a apreciar o quão longe você já chegou. Assim, a comparação será sua bússola, mas nunca o seu norte.
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Com muito amor,