A menina gostosa também se sente insegura.

A mulher bem sucedida também tem medo de fracasso.

Aquela da família perfeita também se sente sozinha, e a louca da balada também fica triste.

Você fica aí achando que é só com você que as contas não fecham e não percebe que o medo, a dúvida e a solidão são companheiros de todos nós.

Tá todo mundo lidando com alguma questão… seja a falta de equilíbrio, o coração partido, os boletos atrasados, as decepções, os traumas e as dores do passado.

Até quem tá bem, tá mal em algumas coisas… e tudo bem.

A vida, nossa mente, nossa alma… tudo isso é muito profundo, muito complexo. A gente tem que esquecer essa ilusão de que um dia vai estar tudo organizado e sob controle. Não vai. Nunca.

Não importa o que você faça, você nunca estará num estado eterno de plenitude e segurança.

Sua felicidade e sua paz de espírito só vão conseguir se aconchegar na sua vida quando você fizer as pazes com o movimento caótico da existência. Quando aceitar que a dor faz parte, que a vida não é justa e que às vezes dá ruim mesmo.

Não vai dar pra esperar tudo se ajeitar pra você se permitir ser feliz. Você vai ter que encaixar a alegria no meio das tristezas, a confiança no meio do medo e a esperança no meio da dor.

O que importa nessa dança maluca de emoções é que a gente continue se desconstruindo, se renovando, se conhecendo. Que aos poucos a gente vá abandonando o que não serve, aprendendo com os tropeções e criando, dia a dia, uma vida e um mundo melhor – dentro do que cabe, dentro do que dá, sabendo que a perfeição… ah, essa nunca virá.