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Um dia no ônibus, quando eu estava com uns 28 anos, eu tive um insight: “nossa, minha mãe me teve com essa idade!”
Depois de alguns segundos de reflexão, veio o pensamento: “aaaff imagina eu ter filho agora? Não estaria pronta nunca”.
Nesse dia eu vi, pela primeira vez, minha mãe como mulher e não como a minha super-heroína.
Eu sempre admirei demais a minha mãe. Pra mim, ela era a mulher mais foda, mais linda, mais determinada do mundo. Achava ela forte, inteligente, decidida. (Não é a toa que dizem que as mães são o nosso primeiro grande amor… a minha foi com certeza).
E, justamente por colocar ela num pedestal, eu esperava (mesmo que inconscientemente) muito mais do que ela, como uma singela mortal, poderia me dar. E, como qualquer outro ser humano, eu cresci com “buracos” que os meus pais não conseguiram tapar.
Mas, com esse insight, no ônibus, eu comecei um processo de amadurecimento que tirou a minha mãe desse lugar tão idealizado.
Consegui mudar a maneira como me relacionava com ela, passei a esperar bem menos e pegar muuuito mais leve – afinal, como eu achava que ela era super poderosa, eu cobrava dela metas exageradas como disponibilidade integral, me admirar em tudo, me apoiar sempre.
Acabou que tirei dela a responsabilidade de cuidar das minhas faltas e passei essa função pra adulta que me tornei.
Nesse processo dei pra mim – e pra minha mãe – a liberdade de ser.
De ser mulher, de ser humana, de ser complexa e cheeeia de falhas. De ser, por fim, inteiras.
Essa sacada se estendeu pra outros relacionamentos e passei a procurar um tipo de amor diferente… um amor do tipo que aceita as pessoas por quem elas são e não por quem eu gostaria que elas fossem.
Entendi que somos, muitas vezes, o que damos conta de ser, e tudo bem.
E você? Olha aí na sua vida… aonde você anda botando barreiras pro amor porque está presa demais nas suas expectativas sobre os outros?
Essa libertação começa na gente ❤️
Um beijo com muito amor sempre,
Fê