Sei o quanto é duro morar fora, por mais que seja um baita privilégio.
Sei da angústia de sentir que está com a vida profissional parada enquanto os amigos fazem carreira no Brasil.
Sei o que é sair da zona de conforto pra tentar fazer amizade, se apegar com facilidade e acabar sozinha porque ninguém fica, ou quem fica não é como as amizades que deixamos em casa.
Sei como é frustrante fazer de tudo pra se adaptar e nunca se sentir em casa.
Sei da dor de não poder reclamar, porque afinal “você sonhou tanto pra estar aí – não é o que você queria?”
A gente viaja achando que vamos nos encontrar e nos encontramos mais perdidas do que nunca.
A gente viaja pra conhecer pessoas diferentes e acaba percebendo que ninguém preenche nosso coração como a nossa gente.
Mas, ao mesmo tempo, como é rica essa experiência. Como é intensa, colorida, rápida.
Fiquei 11 anos na Austrália e passei por várias vidas. Amadureci, cresci, me perdi e me encontrei.
Trabalhei de faxineira, sanduicheira, garçonete. Fiz amigo com gente do mundo todo, aprendi palavrão em quase todos os idiomas, casei com vestido de $30, sem família e com vista pro rio.
Gente, eu te entendo e te digo… abraça esse caos. Aperta o cinto e deixa a montanha russa acontecer. Chora, dá risada, esperneia e recomeça.
Você viajou pra se conhecer, pra se desafiar, pra renovar e é exatamente assim que as coisas acontecem… não tem nada de errado com você, é tudo parte dessa vida louca de imigrante.
Lembra que um dia você sonhou muito em estar aí e quando a coisa apertar faz uma bela panela de brigadeiro que no dia seguinte você tá cheia de esperança de novo.
Ninguém disse que ia ser fácil, mas eu te digo: vai valer a pena – sempre ❤
Um beijo com muito amor,
Fê