
Meu melhor amigo é um italiano que mora nas montanhas no sul da França. A gente se conheceu quando eu estudei fotografia em 2008 e, ao longo dos anos, ele decidiu viver o sonho da Elis Regina: uma casa no campo com discos e livros e nada mais.
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Tem uma parte minha que também quer isso: sossego. Como uma bela de uma introvertida, eu não só amo o silêncio, mas preciso muito dele. Eu tenho esse desejo por natureza, por quietude, por reflexão.
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Mas existe outra parte minha que quer estar no mundo todo. Uma parte que deseja liderar, viajar, estar com pessoas, transformar. É o meu lado líder.
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Minha vida é uma constante dança entre esses dois “eu”s e ainda vou de um extremo pro outro rapidamente. Tem dias que eu acordo e penso “mas o que eu tô fazendo da minha vida? Eu deveria mudar pra França com o meu amigo e simplesmente ser”. Outros dias eu acordo com visão de águia, eu vejo tudo o que tem que ser feito, vejo como eu fui preparada pra causar as mudanças que a minha alma pede e tenho confiança que eu tenho muito a fazer.
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Nisso tudo tem uma parte minha (talvez a única) que é capaz de me trazer paz nessa dualidade existencial: minha mente. E, a medida que eu ajusto minha percepção de como eu olho pra mim mesma, eu vou abrindo espaço pra minha verdade aflorar.
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Eu não sou meu amigo do campo, e também não sou o Gandhi. Eu sou pura consciência expressada como Fernanda. Eu sou dual, eu tenho partes e vontades diversas, eu sou múltipla, rica e complexa. E não, isso não é um defeito (como acha a minha mente). Isso é vida. Essa diversidade é o que mais representa a natureza dentro de mim.
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Esquece esse lance de se comparar e se julgar. Para de falar que quem você é, é errado. A única coisa que precisa de ajuste é sua mente, sua percepção sobre si mesma.
Fê
