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Hoje deu ódio. Por motivos idiotas eu fiquei com tanta raiva que me deu até aperto no peito.
Aí aconteceram duas coisas. 1) vontade de espalhar esse ódio por aí. Xingar, culpar, machucar quem se enfiasse no meu caminho. Coisa do modelo inconsciente que pensa “se eu estravazar vai passar e não vai doer tanto”.
Estavam por perto: meu marido e minha mãe – as duas pessoas mais propensas de levar patada. Então eu avisei: estou com raiva, já passa. Eles entenderam e me deixaram quieta – eles também preferem esperar passar.
A segunda coisa que aconteceu foi me julgar. “Eu não deveria ficar com tanto ódio por uma coisa tão besta. Porque esse ódio? Credo mas não adianta o que eu faço? Medito tanto, estudo tanto e tô com ódio?? Que ridículo!!!!”
Dois padrões normais, mas absolutamente inúteis. É natural que eles ocorram (faz parte de ser um ser humano e ter uma mente) mas eu já tô ligada que eles não resolvem. O ódio não passa e eles acabam gerando ainda mais danos.
Então o que eu faço?
Espero passar. Simples assim.
Tudo o que eu quero falar eu deixo pra depois. Eu aprendi que me comunicar no espaço de ódio não funciona. Eu me digo: Fala depois, escolhe seu espaço de comunicação, fala quando você estiver no espaço de amor, é mais construtivo.
E também pratiquei não me julgar. “Tudo bem você sentir raiva, você é humana. E, além do mais, vai passar. Só fica o que você cultiva”.
Faz duas horas que tudo isso aconteceu e eu já tô aqui escrevendo sobre isso. Se eu não tivesse aprendido a lidar com o meu ódio, era capaz de eu estar pedindo o divórcio numa hora dessas.
Mas passou, sempre passa. Não preciso ter medo das minhas emoções, elas são sinais da vida que pulsa em mim. Elas são energia em movimento, elas me ajudam a liberar minhas resistências e não acumular angústias dentro de mim.
Minha força não está em “não sentir”. Isso só me deixaria anestesiada.
Meu poder está em saber que eu posso escolher quando agir e qual estado emocional eu quero perpetuar.
O que eu sou é muito maior do que as minhas emoções.
E assim vou fazendo as pazes com a minha sensibilidade e aceitando minha humanidade, sem julgamento, só amor.