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Uma amiga me contou que na escola da filha dela, quando é aniversário de alguém, eles colocam o aniversariante no centro de uma roda e todos os alunos dão voltas ao redor dessa pessoa. O número de voltas é o número de anos que a pessoa tá completando e representa quantas voltas a terra deu ao redor do sol desde o dia do seu nascimento.
Ontem eu completei 35 voltas ao redor do sol e inevitavelmente eu refleti muito sobre a minha jornada até agora. Eu me sinto chegando numa maturidade nova, um ciclo diferente. Sinto minha missão crescendo e me chamando pra ser mais – mais luz, mais amor, mais paz.
Em outros anos eu desejei viagens, avanços profissionais, casas diferentes. Esse ano eu desejo paz. Nada me deixa tão feliz e completa como quando eu estou em paz. E o que eu já percebi nesses 35 anos de vida é que não são as circunstâncias que me trazem paz. Ela não vem de fora, ela vem de mim. Eu não encontro a paz, eu simplesmente permito que ela se manifeste dentro de mim, porque ela já está sempre aqui.
Me lembro de estar em Paris, olhando pra Torre Eiffel e pensando “achei que eu estaria mais feliz aqui”. Mas também me lembro de estar em um dia qualquer, no ônibus indo pra qualquer lugar e ser preenchida por um senso profundo de satisfação e contentamento, simplesmente por ser.
Então nessa trigésima quinta volta ao sol o meu foco será esse, a paz.
Que nesse novo ciclo eu aprenda a aceitar as coisas como elas são, a observar sem julgamento e me abra cada vez mais pro flow do universo.
Que quando nada estiver saindo do meu jeito, eu lembre que o sofrimento sempre nasce da minha resistência ao momento presente (geralmente acompanhado do pensamento “isso não deveria estar acontecendo”).
Que eu lembre que é só aceitando o que ‘é’ que eu posso decidir conscientemente os meus próximos passos e quais mudanças eu quero convidar pra minha vida, sempre com leveza e harmonia.
Que eu cultive o olhar inocente e curioso das crianças, mas que eu enfrente os desafios com a experiência e a sabedoria dos mais velhos. E que eu me lembre – sempre – que cada momento é uma nova oportunidade, uma nova folha em branco a ser preenchida com a história que eu mesma escrevo.