Você não precisa se achar linda pra se amar.
Durante anos e anos eu acreditei que “me cuidar” significava uma única coisa: cuidar da minha aparência.
Passar creme, fazer a unha, vestir algo mais arrumadinho… eu achava que ter auto estima era isso, ser o mais bonita possível.
Faz 6 anos que eu entrei numa jornada profunda de autoconhecimento e eu percebi que auto estima pode passar pela aparência, mas – com certeza – vai muito, mas muito além disso.
Auto estima vem de estimar a si próprio, de gostar da gente do jeito que a gente é e não ficar se comparando constantemente com uma ideia perfeita e fantasiosa do que poderíamos ser.
Vem da gente se tratar com carinho, de não pegar pesado quando a gente dá uma mancada, de dar risada das nossas peculiaridades (como rir de mim mesma quando eu troco os ditados populares, sou péssima e sempre confundo tudo, exemplo: “é um trabalho de Jó” – ao invés de Hércules hahaha).
Amor próprio não significa, necessariamente, olhar pro espelho e se achar maravilhosa. Tem muitos dias que eu vejo meu reflexo e falo pra mim mesma: “amor, você tá o ó hoje”. E tudo bem porque falo com carinho, sem me julgar, sem me pressionar.
Eu amo muuuuuitas pessoas que eu não acho bonitas esteticamente e isso não interfere em absolutamente nada meu amor por elas. Pelo contrário, eu nem vejo, nem penso nisso quando estou com elas.
Quando eu estou com alguém que eu amo eu gosto de conversar, de saber da pessoa, de contar piadinhas pra ela dar risada, de ouvir o que ela tem pra contar, de relembrar o quão capaz e completa ela já é.
E foi assim que eu aprendi a me amar, entendendo que beleza é subjetivo, mas o amor é absoluto.
Que tanto faz a minha aparência desde que eu esteja sendo gentil, carinhosa e amorosa comigo mesma.
O mais louco é que depois desse processo eu aprendi a amar mais e melhor os outros também. Sou uma filha mais carinhosa, uma amiga mais presente, uma irmã mais gente boa.
Então agora, eu pratico me amar da mesma maneira que eu amo tantas outras pessoas: não importa o peso, não importar o quanto ganham, nem o quanto realizam.
Amo porque posso, porque quero e porque me sinto mais feliz assim 
