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Uma das coisas que eu mais tenho tido dificuldade em me readaptar em São Paulo é o céu. Aqui eu mal consigo ver o céu porque os prédios são muito altos, então fica uma coisa fragmentada, um aspecto meio geométrico que não representa o que eu espero do céu.
Na Austrália não existem tantos prédios tão altos, são sempre casas ou prédios de 2, 3 andares. O céu lá é tão gigante, infinito e sem barreiras que até parece que a gente tá mais perto dele.
Então, eu me pego pensando, toda vez que eu olho pra cima buscando o azul: “saudades do céu da Austrália”. Mas na verdade o céu não é da Austrália. O céu tá lá, o tempo todo, em qualquer lugar do mundo, mas é que aqui ele é permeado por distrações.
Isso me fez pensar sobre minha conexão com a natureza e com o divino dentro de mim. O quanto São Paulo realmente exige mais pra eu conseguir me conectar, parar, ser presente, meditar. Assim como ele exige mais pra eu achar o céu.
Quem mora aqui sabe, se você não fica de olho não demora muito pra você estar estressado, reclamando e falando mal dos outros. A cidade é muito dinâmica, viva, vibrante. Tem muitas distrações, luzes, cores, sons. Olhar pra dentro, aqui em São Paulo, não vem tão naturalmente quanto olhando o céu que nunca acaba da Austrália.
Aqui eu também tenho muito mais gente que me acha imprescindível. Eu tenho mais amores chamando os meus olhos, a minha atenção, a minha presença. Então o tempo que antes era de poucos, agora é dividido entre outros meus que já não me chamavam por eu estar tão longe.
Esses últimos meses têm sido pra mim uma jornada de retorno. Retorno pra minha casa, retorno pra um “eu” que eu tinha deixado aqui no Brasil e um retorno constante pro meu eu-maior, pro meu eu divino que só fala no silêncio e quando eu paro pra escutá-lo.
Por mais que São Paulo tente me engolir com sua força avassaladora, a responsabilidade de cuidar do meu céu é minha. Cabe a mim lembrar que o céu continua lá e que basta eu olhar pro lugar certo que eu vou encontrar a imensidão infinita e azul que me faz tão bem.
Depende, só de mim, cultivar e preservar a relação mais importante que existe: a comigo mesma, com o meu próprio céu, que tá sempre lá. Agora, mais do que nunca, é a hora de olhar bem fundo nos olhos da minha alma e dizer: não importa o que aconteça, eu estou sempre aqui, sempre imensa, sempre infinita, sempre azul.