E se a gente parasse por um momento, esquecendo as tarefas deste dia, que todos os anos são meio iguais. Comida, panetone, presente, zumzum de família.

E se a gente se lembrasse que uma vez existiu um menino que mesmo com toda a sua grandiosidade cabia nos braços da sua mãe e do seu pai. Que arrumaram um bercinho para ele, que puseram para descansar, amamentaram, ninaram até dormir.

Protegeram durante muitos anos, até que o menino se tornou um homem que dizia coisas diferentes do seu tempo. Falava de amor, falava de perdão, vivia uma vida simples. Não forçava ninguém a escutar, não rejeitava quem pedisse ajuda e via todos como iguais, fossem quem fossem.

Este homem que era como os outros e acreditava ser filho de Deus, acreditava no poder das suas palavras e dos seus exemplos. Que entrava na casa de um doente sem duvidar, nem por um minuto, que um milagre era possível. E com essa certeza, ele mesmo se tornava o milagre, e a cura acontecia.

E se a gente aprendesse com ele a acreditar que nós também somos uma criação de Deus e que ele também mora dentro da gente. E se essa luz que nos habita brilhasse, sem ter que se preocupar em ser reconhecida por isso, mas pensando simplesmente em fazer algo de bom para si e para os outros?

E se a gente acreditasse no poder desse amor e deixasse que ele nos fizesse fortes? Quais milagres nós poderíamos fazer acontecer, ou melhor: qual milagre cada um de nós poderia ser no dia de hoje?