Lidar com os momentos de DOR é sempre um desafio (é bem mais gostosinho ficar de boa, leve e feliz né?)

Já percebi que se bate uma ‘ruim’ e eu fico triste, com raiva ou frustrada, já me culpo por não estar bem, leve e contente. Me cobro ser forte e feliz o tempo todo e me convenço que minhas necessidades são “frescura”.

Por não saber lidar com o desconforto dessas emoções, acabo jogando um balde de positividade em cima das minhas dores e faço de tudo pra voltar rapidamente pro meu modo “unicórnio” – grata, feliz, radiante.

Mas quando nego as minhas sombras, o lado “escuro” que existe dentro de mim, acabo me desconectando, me desrespeitando e me torno uma estranha dentro de mim.

Esqueço que é justamente esses momentos mais delicados que eu preciso me acolher, cuidar com amor, paciência, generosidade – sem cobranças, sem querer me consertar o tempo todo.

Nós não deixamos de ser fortes, bons e merecedores porque passamos por desafios. Pelo contrário, são eles que nos ensinam, nos fortalecem e nos conectam com a humanidade que existe em todos nós.

Somos múltiplos múltiplos, complexos e profundos. Existem mil ‘eu’s dentro de cada um de nós e todos merecem ser amados – principalmente as partes mais feias que ficam ali escondidas, morrendo de vergonha.

Não acho que o caminho seja perpetuar esses estados, mas como podemos ser nossa melhor versão se nos julgamos, nos traímos, nos desrespeitamos? Não faz sentido se maltratar pra se melhorar, não tem como dar crueldade e esperar felicidade.

Não é nos calando que aprendemos a nos ouvir. É somente permitindo, aceitando e acolhendo nossas partes que aprendemos ser o que somos – inteiros, perfeitos, humanos.❤️