Toda vez que eu ouvia sobre como usamos as máscaras ou “personas” pra mostrar pro mundo apenas o que queremos que seja visto (e não toda a nossa verdade) eu interpretava isso como uma inautenticidade.

Como se a todo momento eu tivesse que ter a coragem e disposição de me mostrar inteira, pra quem fosse.

Eu só via seu papel de escudo, de proteção. Como se fosse, simplesmente, uma ferramenta do medo.

Mas aos poucos venho percebendo o valor dessas máscaras, seu charme, sua função.

Tenho me divertido e me descoberto através da minha relação com as diversas “eu”s que tenho encontrado ao longo do caminho.

A Fernanda filha, a irmã, a amiga.

A Fernanda potente, criativa, espontânea.

A Fernanda sensual, misteriosa, encantadora.

Mas também a Fernanda carente, e possessiva, e dominadora.

E a ciumenta, invejosa, controladora.

Todas são eu, mas nenhuma – sozinha – me define.

São máscaras, são estados, são momentos. Não deixam de ser quem sou, mas tão pouco me revelam por completo.

E acho que está aí a sabedoria das máscaras. Em se relacionar com cada uma delas como o que são… fragmentos, peças e pedaços mas não o inteiro, o completo, a verdade.

Porque, se ao mesmo tempo não me definem, são elas que me mostram a Fernanda que fui, que sou e que posso ser.

São elas também que protegem meu sagrado e que me ajudam a navegar por campos perigosos já que existem cantos meus que não são mesmo feitos pra qualquer um chegar.

No fim, é apenas através delas que sou capaz de explorar minha alma, minha essência e meu infinito através da vida que passa e flui por dentro e fora de mim. ❤️