A minha melhor amiga tem dois filhos (meus afilhados!), um ainda é um bebezinho. Dia a dia, eu escuto ela contar sobre a alegria das palavras novas, das gracinhas, das apresentações na escola. Do cocô que o bebê não fez, da noite com febre, da cama cheia.

E eu escuto com atenção, e as palavras dela vão transformando a história que eu conto sobre a minha infância e sobre a minha mãe. Que era só uma garota que também tinha amigas e sonhos. Que um dia teve uma filha. E caiu cabelo, porque puerpério tira o sono e tira até cabelo.

Que apanhou da inexperiência e da falta de ajuda. Que amou profundamente mas chorou, da amamentação que doeu, da vida que mudou. Que teve mais um bebê. Que não veio pra ser o preferido, mas que encontrou uma mãe mais segura. Que já sabia cuidar, que não tomou susto com o amor nem com a dor.

Sobre essa mãe que, em seu amor incondicional, também perdeu a paciência, ficou sem saber como agir, quis tempo pra ficar sozinha.

Essa mãe que é uma pessoa, como a minha amiga, que me mostra todos os dias, com a sua vulnerabilidade, tudo que eu ainda não tinha conseguido enxergar. A amiga que me ensina sem querer ensinar, só por compartilhar a sua história e a sua verdade.

Muitas vezes, a gente procura o nosso propósito de vida e nem percebe o quanto já está impactando a vida de outras pessoas. Sendo você mesma, você encontra a cura que você precisa e ainda ilumina a busca dos outros, como a minha amiga ilumina a minha. Obrigada, amiga.

PS: essa na foto é minha amiga e nosso bebê-professor ??