São Paulo, meu templo de transformação

Tem gente que precisa ir pra cursos, retiros e ashrams pra aprender, pra crescer, pra evoluir

No meu caso, São Paulo é onde eu mais aprendo
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Aqui é onde eu mais sou desafiada porque eu não gosto daqui. Eu não gosto da cidade, da energia, dos prédios, das ruas sempre cheias
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Não gosto do medo que paira na cabeça da gente, da desigualdade escancarada nas ruas, na dureza tão fria e real que encontro em cada esquina
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Mas, mesmo assim, é onde meu coração está mandando eu ficar. Eu escuto instruções claras da minha intuição que me diz “eu entendo que você não goste, mas é aqui o seu lugar… por agora”

Eu, que cansei de discutir com a minha essência, permito, me abro, agradeço

Por mais que eu não goste de SP, eu sou parte dessa cidade e ela é parte de mim

As pessoas (e a cachorrinha) que eu mais amo moram aqui. Eu fui bebê, criança e adolescente aqui. Eu virei quem eu sou porque vivi meus primeiros 23 anos de vida, aqui

São Paulo é meu templo de transformação porque é aqui que minha positividade é questionada

A cidade me desafia no centro do meu eu, ela bota em xeque minha fé, minha confiança e minha esperança num mundo melhor

Ela debocha da minha visão romântica da vida, da minha vontade de construir um mundo melhor e mais justo

Mas é nesse desafio que eu sou convidada a elevar minha conexão com a minha espiritualidade, a buscar formas concretas de estender a mão pra quem precisa, a confiar mesmo quando é o medo que parece ditar as regras

São Paulo é meu retiro espiritual pra quando as lições são hardcore e, justamente por isso, é onde eu me perco de mim mesma com a maior facilidade

Então eu me comprometo a uma única missão: me escutar. A me abrir e me propor a ouvir a voz da verdade, da sabedoria que habita em mim

Me comprometo a desfocar do barulho da cidade, a desviar das distrações e inúmeras demandas que ela me traz e encontrar maneiras de mergulhar no oceano de amor, esperança e força que existe – e sempre existiu – em mim.